
Talvez, um dos aspectos mais
importantes esteja concentrado no desenvolvimento das habilidades motoras, pois
nela se concentra o desenvolvimento não só esportivo, mas da vida cotidiana da
criança até sua fase adulta ou de estabilização.
Esse desenvolvimento nada mais é
do que treinar e aprimorar os movimentos básicos que são os de locomoção, manipulação, equilíbrio
dinâmico, equilíbrio estático e ainda o andar, correr, saltar, arremessar,
receber (recepção), rebater, chutar, quicar.
Esses são fatores que têm de ser
desenvolvidos permanentemente na criança, pois com certeza teremos crianças
mais coordenadas e mais extrovertidas com relação ao seu corpo e a sua
consciência corporal.
No Programa de Iniciação
Esportiva, que desenvolvo em diversas escolas de Atibaia, coloco a criança para
vivenciar situações esportivas e de atividade física, focado em habilidades que
serão construídas e treinadas ao longo do processo.
Introduzir a criança em um
esporte ou atividade é fazer com que ela adquira habilidades físicas e
psicológicas ainda não utilizadas, como coordenação motora fina, socialização,
disciplina, além da possibilidade de correção de diversos males.
Muito importante ressaltar que hoje
existe diversas maneiras da criança ter sua iniciação esportiva bem
desenvolvida e planejada e uma delas, que alias acho a mais interessante é de
atividades dentro da escola (sem ter que ir para um clube ou local externo),
onde faz com que as crianças trabalhem esses dois fundamentos básicos
(atividade motora e psicológica) ao mesmo tempo em quanto se divertem com os
amigos.
Explicando melhor o que realizo
em cada momento dentro da escola, dividirei as etapas dentro das faixas etárias.

O primeiro momento com crianças
de três anos a cinco anos é desenvolver todos os movimentos básicos (correr,
saltar, engatinhar, andar...), além do gosto pela atividade física, onde
utilizo materiais coloridos e variados (bolas de diversos tamanhos, mini cones,
bambolês, cordas, etc). Isso desperta o interesse e aumenta a motivação pela
prática.
Num segundo momento, as crianças deverão
desenvolver a parte locomotora com muitos rolamentos, saltos, caminhadas e galopadas.
Além disso, também deve se desenvolver a parte não locomotora, que não envolve
mudanças de um ponto para outro ponto,
com exercícios de equilíbrio (sentado, agachado, em pé, usando
diferentes partes do corpo), movimento axiais (flexionando, estendendo,
torcendo, balançando, chacoalhando, girando...) e relaxando (com o corpo todo e
em partes do corpo). Com isso a criança aprende a conhecer as partes do corpo.
Como terceiro momento, a parte
manipulativa, que envolvem o manejo de objetos, já pode ser desenvolvida, tais
como, manter o contato (carregar, chocalhar, balançar, levantar, empurrar,
puxar e equilibrar), a propulsão (bater, arremessar, rebater e chutar), a
recepção (pegar com as mãos, pegar com o corpo e com as mãos), a suspensão
(pendurar com as mãos, pendurar com as mãos e joelhos, pendurar com os
joelhos), fazendo com que a criança aprenda a se concentrar para manipular os
objetos e claro, a concentração.
Essas capacidades que serão
desenvolvidas através de atividades lúdicas devem ser praticadas com as
crianças durante toda a infância, porém cada como uma escada, ou seja,
primeiramente uma habilidade, depois duas e assim por diante, formando toda a
coordenação de movimentos e habilidades motoras.
Segundo Tani et alii “Não se pode
negligenciar o movimento, considerando-o apenas como medida, mas, sim, reconhecer
a importância do movimento e as características que ele adquiri com o passar do
tempo”.
Existem diversos tipos de
movimentos que são desenvolvidos ao longo do processo. A Seguir os níveis desse
desenvolvimento:
a) movimentos reflexos: respostas automáticas e involuntárias que
permitem, em primeiro lugar, a sobrevivência do recém-nascido e, em segundo
lugar, a interação do bebê com o ambiente.
b) Habilidades básicas: atividades voluntárias que permitem a
locomoção e manipulação em diferentes situações, servindo de base para outras
tarefas futuras mais complexas.
c) Habilidades perceptivas: atividades motoras que envolvem a
percepção do executante, possibilitando o ajuste ao ambiente.
d) Capacidades físicas: são as características funcionais essenciais
na execução de uma habilidade motora. Quando desenvolvidas proporcionam ao
executante uma melhora do nível de habilidade.